terça-feira, 30 de março de 2010

Cultura – Um Conceito Antropológico - (Roque de Barros Laraia) 1ª Parte - Da Natureza da Cultura ou Da Natureza à Cultura


Capitulo 1 – O Determinismo Biológico

As diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. O aprendizado de alguém é um processo de adaptação a cultura que lhe é inserida. Duas crianças, por exemplo, um menino e uma menina, agem diferente um do outro não em função dos hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada.


Capitulo 2 – O Determinismo Geográfico

Um ambiente natural pode influenciar no modo de vida de um povo, porém a diversidade cultural não é condicionada pelas características do ambiente em que vivem. As diferentes culturas existentes não podem ser explicadas por caráter biológico ou geográfico, mas pelo conhecimento cultural que é passado ao indivíduo. Neste livro ele apresenta um exemplo muito bom sobre - O Determinismo Geográfico – entre os ESQUIMÓS e os LAPÕES. Os dois vivem no pólo norte, num rigoroso e longo inverno. Os Esquimós – fazem suas casas em iglus (blocos de neve), forram por dentro com pele de animais, como o fogo consegue fazer com que a casa fique quente, quando querem outra casa simplesmente vão embora, levando apenas os pertences pessoais. Os Lapões – vivem em tendas de pele de rena, quando querem se mudar passa por um árduo trabalho tendo que levar todo o acampamento. Ou seja, pessoas vivendo em um mesmo ambiente físico podem ter diversidades culturais muito diferentes.
Capitulo 3 – Antecedentes históricos do conceito de cultura. O homem é o único ser que possui cultura. Tylor em (1832 - 1917) disse isso depois de chegar à conclusão que no seu sentido etnográfico (origem e filiação de raças e culturas), cultura é tudo que você aprende suas crenças, artes, leis, costumes, moral, que você vai aprendendo sendo membro de uma sociedade. Em 1947 Kroeber completa este processo iniciado por Tylor representando o afastamento dos dois domínios, o cultural e o natural. O homem se diferencia dos outros animais por ter grande capacidade e comunicação oral, consegue fabricar todo o seu aparato biológico. Ou seja, o homem no decorrer da evolução conseguiu uma diferença de gênero.


Capitulo 4 – O Desenvolvimento do Conceito de Cultura.

A primeira definição de cultura foi feita por Taylor. Ele busca apoio nas ciências naturais, porque achavam que a cultura era um fenômeno natural, as nossas ações, nossos pensamentos, linguagem etc. Nesse desenvolvimento do conceito de cultura Taylor chegou a afirmar a igualdade da natureza humana, ela pode ser estudada na comparação das raças do mesmo grau de civilização. Ele se preocupa com a igualdade que existe no homem. Nesse caminhar surge dentre outros antropólogos Frans Boas nascido na Alemanha que propõe a comparação de resultados obtidos através dos estudos históricos das culturas e do entendimento dos efeitos das condições psicológicas e dos meios ambientes. Boas, desenvolveu o particularismo histórico ou a chamada – Escola Cultural Americana, onde cada cultura segue seu próprio caminho em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou. Concluímos que tudo que o homem faz, ele aprendeu com seus semelhantes. Se comparado com um animal irracional um não beneficia o outro, pois cada observação feita nasce e acaba com ele mesmo, este beneficio não é repassado aos seus semelhantes. Já nos temos um processo de acumulação, a linguagem humana é um produto da cultura.


Capitulo 5 – Ideia Sobre a Origem Da Cultura

Como o homem adquiriu este processo que diferencia de todos os animais? Os estudiosos defendem que foi na evolução da espécie primata. No desenvolvimento cerebral, ou seja, o faro em determinado momento deixa de ser tão importante, pois temos mãos que podem apalpar examinar... Podemos atribuir um significado próprio a este objeto. A cultura desenvolve um conjunto com o equipamento biológico.


Capitulo 6 – Teorias Modernas Sobre Cultura

Este capitulo tenta nos passar alguns dos vários conceitos de cultura. Para Reger Keesing, considera a cultura como um sistema adaptativo, alguns estudiosos como Vayda, Harris entre outros concordam que: Cultura são sistemas de padrões de comportamento, como política, crenças, religião etc. Cultura é um processo de adaptação. Os componentes ideológicos dos sistemas culturais podem ter conseqüências adaptativas no controle da população. Keesing também defendia que as teorias idealistas de cultura se dividem em 3: A cultura como sistema cognitivo – é tudo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro de sua sociedade. Ex: Quando eu era solteira na minha casa, chegar no horário correto, determinado, combinado, caso contrario serei inaceitável A cultura como sistema simbólico – de um lado Geertz diz que a cultura deve ser considerada como um conjunto de mecanismos de controle de planos, receitas (como um software). Já David Sheneider diz que o sistema simbólico é realmente um sistema de significados, são unidades de regras sobre comportamentos. Ex: Sou a favor de David, como já sei que lá em casa a regra é chegar cedo eu obedeço para não perder este beneficio no futuro. A cultura como sistemas estruturais – é uma criação acumulativa da mente humana. Ex: Minha maneira de comportamento hoje, é tudo que venho acumulando ao longo dos meus relacionamentos na sociedade que vivo.

Cultura – Um Conceito Antropológico - (Roque de Barros Laraia)
2ª Parte - Como Opera a Cultura


Capitulo 1 – A Cultura Condicionada a Visão de Mundo do Homem
Homens de culturas diferentes usam lentes diversas, tem visões desencontradas das coisas.
Ex: O avô do meu marido tem um sitio em Goiás lá tem uma pequena área que não pode ser desmatada, para mim ali é um amontoado de árvores de vários tamanhos, já para o avô dele, cada árvore daquela tem alguma utilidade, ele cresceu sempre em fazendas então quando ficava doente sempre se tratou com remédios naturais, retirado das árvores, raízes, para ele cada uma daquelas árvores, arbustos tem alguma utilidade tanto para tratamento de doenças quanto para espantar insetos etc.
A nossa herança cultural, vem desenvolvendo através das gerações uma depreciação em relação ao comportamento a estas pessoas que agem fora dos padrões acentos pela maioria da comunidade. O fato de o homem viver o mundo através de sua cultura tende a pensar que o seu modo é o mais correto o mais natural.
Ex: Tanto de um lado quanto do outro há discriminação em relação à cultura, quando nós vamos visitá-lo no seu sítio levamos algumas coisas diferentes aqui da cidade para ele comer, mas ele não gosta muito diz que é tudo artificial que faz mal, levamos alguns remédios para ele, ele joga fora não aceita. E nós da mesma forma se ele vem com uma raizada nós também não aceitamos. Então a ‘’discriminação’’ ou o ‘’costume’’ com determinadas comidas, remédio etc. é de ambas as partes.
O etnocentrismo (meu grupo) em caso muito extremo podem até ocorrer conflitos sociais. O costume de discriminar os diferentes é encontrado dentro da mesma sociedade.
Componentes etnocêntricos têm apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes.


Capitulo 2 – A Cultura Interfere no Plano Biológico
A cultura interfere nas necessidades biológicas básicas, ela pode condicionar outros aspectos como por exemplo decidir sobre a vida e a morte dos membros do sistema. Uma reação oposta ao etnocentrismo seria a apatia. Na nossa história temos exemplos. Os africanos quando eram retirados violentamente do seu continente e eram levadas para outros lugares como escravos, as pessoas tinham costumes, línguas diferentes, eles perdiam a vontade de viver muitos se suicidavam. Outro caso que pode provar que a cultura interfere no Biológico são as doenças psicossomáticas, são muito influenciados pelos padrões culturais. Vários Brasileiros dizem sofrer com doenças no fígado, embora grande parte dos mesmos ignore até a localização do órgão.

Capitulo 3 – Os Indivíduos Participam Diferentemente de sua Cultura
A participação do individuo em sua cultura é sempre limitado, nenhuma pessoa é capaz de participar de tudo da sua cultura. Um exemplo seria de ordem cronológica e outro estritamente cultural. Uma criança não esta apta para exercer certas atividades próprias de adultos, da mesma forma que um velho não é capaz de realizar algumas tarefas pela questão física na maioria dos casos.
O acumulo de experiência, é reservada a pessoas maduras.
Mas qualquer que seja a sociedade, não existe a possibilidades de um individuo dominar todos os aspectos da sua cultura. Mas é importante que aja um mínimo de participação para permitir a sua articulação com os outros da sociedade. Todos têm que saber como agir em determinadas situações e prever o comportamento do outro. Mesmo assim há sempre o risco de perda de controle da situação.
Uma forma educada de solicitar alguma coisa é expressando ‘’por favor’’. Da mesma forma a necessidade de agradecer ‘’muito obrigado’’. Correndo o risco de não mais conseguir nada de seu solicitante se esquecer de pronunciar estas palavras.
Ex: Sr. Henrique avô do meu marido pode não conhecer os 4 P’s da publicidade e eu não conheço a época correta de plantar, muito menos quando e como colher determinado alimento. Mas nós dois conhecemos as regras que regulam a ‘’etiqueta’’ da sociedade onde vivemos.


Capitulo 4 – A Cultura tem uma Lógica Própria
Todo sistema cultural tem a sua própria lógica e não passa de um ato de etnocentrismo de tentar transferir a lógica de um sistema para outro. Ou seja, eu tenho uma concepção do universo, conforme as minhas observações.
Ex: Novamente, o Sr. Henrique acha que o Sol gira em torno da Terra, se fosse o contrario ele diz que viveríamos tontos e o Sol iria nascer e morrer cada dia em local diferente do anterior.
Nem sempre relações de causa e efeito são percebidas da mesma maneira por homens de culturas diferentes. As explicações encontradas pelos membros das diversas sociedades humanas, portanto, são lógicas e encontram a sua coerência dentro do próprio sistema.


Capitulo 5 – A Cultura é Dinâmica
Podemos notar que a cultura realmente é dinâmica, ele sempre esta mudando, isso pode ser notado quando comparamos com nossos pais ou avós, na época deles, o namoro eram muito mais discretos, quando o rapaz conseguia pegar na mão da moça era um avanço incrível. Hoje em dia, as moças já dormem na mesma cama do namorado e já mantém intimidade muitas vezes sem nem saber o nome da pessoa.
A cultura vai mudando com o decorrer do tempo, as atitudes, os relacionamentos vão caminhando juntos e se moldando.
Concluo assim, que é importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e admirável mundo novo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Conceito da propaganda Calcitran D3:


De acordo com o Conceito de Diversidade Cultural, criei dois problemas de pesquisas, analisando a propaganda ao lado:

1 - Como o conceito de família, experiência, ajuda as pessoas a se preocuparem mais com a saúde?

2 - Qual a percepção das famílias em relação à melhor idade e a saúde?